Sobre as mães que falham : O respeito a individualidade como chave do processo

A Maternidade e sua individualidade

Sobre as mães que falham 

Por trás de toda mãe existe uma mulher. Contudo, a maternidade tem os seus pesos, e não há problema algum admitir isso. Aliás, precisamos falar a respeito e acalmar o coração umas das outras para que ninguém precise se sentir culpada ou menos mãe por sentir isso. 

Afinal, não é possível ensinar uma mulher a ser mãe. Não existe um conjunto de regras que toda mãe deve seguir para obter sucesso na criação de seus filhos. 

Cada mãe possui uma realidade. 

Cada filho(a) suas próprias necessidades.

Diante disso, é preciso observar com cuidado o que cada mãe oferece para o seu filho(a), sem julgá-la boa ou má apenas por uma atitude em relação ao seu filho(a). 

Planejar a gestação ou engravidar sem planejamento, ter um parto normal ou via cesárea, amamentar no seio ou oferecer mamadeira, fazer cama compartilhada ou deixar no berço, colocar na escola aos 4 meses ou deixar em casa até os 2 anos. 

São escolhas que, por si só, não te fazem ser uma mãe suficientemente boa ou mesmo insuficiente para o seu filho(a).

Regras sociais impostas não te definem. O que é necessário na criação de um indivíduo é garantir que suas necessidades físicas e emocionais sejam atendidas. E, para que tudo isso seja garantido, é preciso que uma rede de apoio ampare a mulher que se tornou mãe. 

O pai do bebê precisa fazer a sua parte. A família do bebê precisa fazer a sua parte.  A sociedade precisa fazer a sua parte. 

Caso contrário, essa mãe não aguentará. 

Uma mãe que não é suficientemente boa, nem sempre é uma mulher má. Na maioria das vezes, ela é uma mulher desamparada. 

E dentro deste desamparo, precisamos entender que a sobrecarga, o cansaço e solidão não anulam o amor que sentimos por nossos filhos(as). Amamos a companhia deles, amamos ouvir suas histórias, ceder metade da nossa cama para eles ou assistir o desenho preferido que já foi visto tantas vezes. 

No entanto, é preciso admitir que amamos nossa própria companhia, e isso não diz respeito a ser egoísta. Afinal, todas nós desejamos acordar e não precisar se preocupar com as multitarefas do dia quando não se tem ajuda em casa.

Amamos eles mais que tudo, mas está tudo bem sentir saudades do que éramos ou fazíamos antes da chegada deles. 

Abrir o coração com quem vive ou já viveu o mesmo é acolhedor, esclarecedor e acima de tudo uma forma de compartilhar cargas emocionais. Por isso que, adentrar a complexidade e a ambiguidade contidas na triangulação mulher-mãe-filho é necessário para repensarmos sobre quais sentimentos permeiam tais relações, nos levando ao entendimento de quais formas é possível maternar, saindo do campo romântico ou catastrófico. 

Entre a maternidade romântica e a maternidade catastrófica, com amparo e cuidado, a mulher pode exercer a maternidade possível e real. Com suas limitações, suas necessidades, desejos e singularidades atendidos, tanto quanto os do filho(a). 

Você não precisa fazer tudo sozinha para ser ou se sentir forte, o melhor mesmo é carregar junto. 

Não existe nada mais forte do que uma tribo unida!

E lembre-se, se precisar de ajuda, conte com a Nexum nesse processo.


Texto pela Psicologa Natalia Ferreira, CRP 06/128465

Atenção

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