Você tem medo de crescer? Saiba mais sobre a Síndrome do Peter Pan

Entenda como este processo pode afetar a vida de quem tem ou quem convive com alguém com esta síndrome

Peter Pan é um personagem muito conhecido nos desenhos infantis como “o garoto que nunca cresceu”. A história conta que ele mora em uma terra encantada com vilões e criaturas mágicas e vive aventuras diárias ao lado de garotos que, assim como ele, vivem uma eterna infância fantasiada. 

E, assim como esse personagem, pessoas com a Síndrome do Peter Pan têm o desejo de “não crescer”. Elas possuem uma incapacidade de aceitar as responsabilidades que vêm com a vida adulta e não conseguem se ver como adultos e levar suas obrigações com a seriedade necessária. 

Por este motivo, estas pessoas possuem comportamentos infantilizados e irresponsáveis, como se tivessem “perdido a noção” da realidade. Elas têm dificuldade para cuidar de suas vidas, vivendo um conflito entre o tempo e a organização. Quando as coisas dão errado, normalmente jogam a culpa em outras pessoas ou em fatores externos, de forma projetiva, não se responsabilizando pelas questões. 

Segundo pesquisas, os homens tendem a sofrer dessa condição mais que as mulheres. Além disso, sabe-se também que existem alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da Síndrome de Peter Pan. São eles:

  • Uma infância que não foi muito aproveitada pode levar o indivíduo a inconscientemente tentar recuperar e/ou reviver o tempo perdido na vida adulta; 
  • Um período muito feliz vivido na infância pode causar medo de crescer e ter responsabilidades, pois elas sabem que precisam deixar a zona de conforto do seio familiar, e consequentemente, ficam assustadas e inseguras. 
  • A nostalgia pelo período despreocupado da infância também pode causar um desejo de trazer de volta sensações, elementos e memórias positivas para o atual momento. 

É natural e esperado que tenhamos sentimentos e memórias nostálgicos de nossas infâncias de vez em quando. Porém, quando ficam excessivos, intensificados , idealizados e muito frequentes, podem paralisar a pessoa e desviar sua atenção das responsabilidades adultas do momento e fase presente. 

Estudos identificaram alguns fatores na sociedade contemporânea, como por exemplo a pressão em ter sucesso profissional em um curto período de tempo, mercado de trabalho extremamente competitivo e incentivo excessivo ao consumismo, que também são possíveis causas. 

A princípio, não é fácil identificar comportamentos irresponsáveis e infantilizados de uma pessoa com a Síndrome do Peter Pan, uma vez que podem ser confundidos com aspectos da personalidade da pessoa. Contudo, o psicólogo Dan Kiley identificou alguns sintomas principais dessa condição, são eles: 

  • Insatisfação: A pessoa está constantemente insatisfeita, seja estudando, trabalhando, em um relacionamento ou até mesmo fazendo algo que sempre sonhou.
  • Dificuldade para expressar sentimentos: Expressar e compreender os sentimentos é muito difícil por conta da timidez, medo e/ou dificuldade de compreender o que sentem. 
  • Problemas de relacionamento: Por conta dos comportamentos infantis, construir e manter relacionamentos duradouros é um grande desafio para essas pessoas. 
  • Procrastinação: Por levarem tudo na brincadeira, as pessoas tendem a procrastinar tarefas e obrigações, demonstrando não estarem preocupadas com prazos ou consequências. 
  • Negação de responsabilidades: A dificuldade de aceitar as responsabilidades da vida adulta leva o indivíduo a projetar e/ou direciona-las  para outras pessoas.
  • Relacionamento conflitivo com os pais: A falta de maturidade pode tornar o relacionamento com os pais turbulento.
  • Falta de interesse pela sexualidade: Existe uma tendência destas pessoas não terem interesse por sexo por conta da imaturidade emocional.
  • Adoração pela figura dos pais: Como a conexão com a infância é muito forte, o indivíduo costuma idealizar muito os pais e ter dificuldade para fazer as coisas sem o consentimento e autorização deles. 
  • Egocentrismo: A pessoa tem dificuldade para superar a típica fase egocêntrica e narcisista da primeira infância. Então, ela acredita saber de tudo e fazer tudo certo. 

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Texto pela Psicologa Natalia Ferreira, CRP 06/128465

Atenção

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